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O Marketing Invisível: Como Passar no Teste de Turing 2.0

O Marketing Invisível: Como Passar no Teste de Turing 2.0
 

“O que está fora da vista perturba mais a mente dos homens do que aquilo que pode ser visto.” Júlio César

 

Alan Turing, foi um dos grandes pioneiros da computação. Concebeu o famoso teste como o seu nome para avaliar se uma máquina pode exibir inteligência equivalente à humana.

Neste teste, um interlocutor humano interage com um sistema, tentando discernir se do outro lado está uma máquina ou outro ser humano. Curiosamente, este conceito pode ser transposto para o marketing, particularmente no que toca à comunicação entre marcas (empresas ou organizações) e consumidores.

Sabemos que muitas empresas enfrentam um problema recorrente: a comunicação que, apesar de existir, não é verdadeiramente dirigida ao seu público-alvo. Campanhas que são lançadas, e-mails que são disparados, conteúdos que são publicados, mas, no final, muitos dos consumidores sentem que estão a interagir com uma entidade distante e impessoal, não muito diferente de um chatbot.


A QUESTÃO QUE SE COLOCA É: SERÁ QUE A SUA COMUNICAÇÃO DE MARKETING PASSA NO TESTE DE TURING 2.0?

Um marketing eficaz exige que a comunicação seja clara, personalizada e relevante. No entanto, a realidade mostra que, frequentemente, as mensagens publicitárias tornam-se genéricas e impessoais. Muitas marcas acabam por falhar na "ligação" com o seu público, disparando conteúdos sem qualquer segmentação ou sem considerar as necessidades individuais dos consumidores. Eu, por exemplo, para além dos anúncios da Temu, um verdadeiro exagero, recebo de comida para gatos (nem gosto deles, talvez por alguma semelhança de comportamento).

Este fenómeno pode ser visto, por vezes, como preguiça ou desleixo… pode gerar desinteresse, baixa conversão e falta de fidelização...e o resultado ser uma perda de tempo e dinheiro para a empresa e irritação e maçada para o Cliente.

Quando a mensagem de marketing é percebida como forçada ou manipulativa, ela falha num eventual "Teste de Turing do Marketing" - os consumidores identificam-na imediatamente. Percebem que estão a ser alvo de uma tentativa de persuasão comercial ou manipulação, e não de uma comunicação genuína e interessada.

As comunicações de marketing mais eficazes hoje são aquelas que parecem não ter uma intenção comercial óbvia. Elas entram em contacto com o público de forma orgânica, oferecendo um valor real, uma informação, um caminho ou uma dica. Não querem parecer estarem a conduzir a uma venda forçada. Esta abordagem reflete uma mudança fundamental no relacionamento entre marcas e consumidores.

Na era da informação com consumidores, que não começou hoje, por outro lado cada vez mais bem informados os consumidores são cépticos.

Assim, a autenticidade tornou-se um valor absoluto e indiscutível. As pessoas, nós, procuram ligações e conteúdos genuínos com as marcas que escolhem (e elas são tantas).

O verdadeiro desafio para os actuais profissionais de marketing é criar comunicações que passem neste "Teste de Turing 2.0" - mensagens que sejam percebidas como autênticas, valiosas e genuinamente interessantes e que demonstrem interesse no bem-estar do consumidor, não apenas na sua carteira.

 

UMA POSSÍVEL CONCLUSÃO

Em suma, o "Teste de Turing 2.0" para o marketing representa uma mudança de paradigma fundamental na forma como as marcas devem comunicar. Tal como Turing procurava distinguir a inteligência artificial da humana, os consumidores de hoje procuram distinguir a comunicação genuína da meramente comercial (e não falo da falsa).

As empresas que conseguirem criar mensagens que passem despercebidas como tentativas de venda, oferecendo valor real e demonstrando interesse genuíno pelos seus consumidores, serão aquelas que construirão relações duradouras e significativas.

 

No fundo, o marketing mais eficaz é aquele que não parece marketing - é conversa, é valor, é autenticidade. E nesta era de abundância informativa e cepticismo crescente, essa autenticidade não é apenas desejável, é absolutamente essencial para o sucesso empresarial.

By: João Paulo Marques

 

 

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